segunda-feira, 14 de setembro de 2009
Escrito por Luiz Valério
O Circuito 13, evento comemorativo ao aniversário do bairro e da escola 13 de Setembro, realizado na noite de domingo (13), na Praça dos Oleiros, foi um grande sucesso. Apresentações de capoeira, hip-hop, rap, rock, exibição de filmes regionais, participação da fanfarra da escola e uma exposição de poesias deram o tom da noite.
Com uma programação cultural bem diversificada, os moradores do local puderam viver um momento de lazer e conhecer os talentos da própria comunidade. A promoção do Circuito 13 foi uma ação conjunta da banda Iekuana e do Coletivo Arteliteratura Caimbé. Aproximadamente mil pessoas participaram da festa.
O grupo de capoeira Raízes do Brasil abriu o evento mostrando muita ginga. Em seguida se apresentou a fanfarra da Escola 13 de Setembro, que tem apenas sete meses de existência. Na sequência, o grupo Angola Palmares entrou em cena mostrando seu estilo de capoeira. Essas atrações iniciais serviram para chamar a atenção dos moradores que aos poucos foram chegando e se integrando ao Circuito 13.
Um dos momentos mais prestigiados da festa foi a apresentação da Gangue do Rap, que veio do bairro Nova Cidade para prestar uma homenagem aos moradores do 13. As letras de rap cantadas pelos MCs Tiago e Frank empolgaram quem estava presente. Eles cantam os problemas da periferia e a negligência da elite e do poder público local. Outro momento que encheu os olhos do público foi o grupo Nação Hip-Hop, com uma bela demonstração de dança de rua.
As atrações que fecharam o Circuito 13 foram as da banda Iekuana e A Coisa. A banda Iekuana é composta por Stallyn Buckley (vocal), Avinash (guitarra), Dant Aliguieri (baixo), Rhayder (guitarra) e Jamil (bateria). Todos os integrantes do grupo musical nasceram e foram criados no bairro 13 de Setembro. As músicas da banda retratam a realidade do bairro e protestam contra a violência e os desmandos políticos.
Para Rhayder, o Circuito 13 foi um dos momentos mais importantes da sua vida, pois teve o prazer de comemorar o crescimento do bairro que o viu nascer e crescer. “Eu estou muito feliz mesmo. Muito obrigado a todos”, disse. O vocalista Stallyn lembrou que o 13 é um bairro esquecido e que as autoridades precisam dar mais atenção àquela comunidade.
O cineasta roraimense Thiago Briglia, autor dos documentários “Nas trilhas de “Makunaima” e “Roraimeira” exibidos na noite de domingo, esteve presente no evento e falou ao público sobre o processo de produção dos filmes. Também foi exibido no ônibus do Cine Assembléia, projeto da Assembléia Legislativa de Roraima, apoiadora do Circuito 13, o filme “Dívida sangrenta”, do cineasta Alex Pizano. Este também é um talento roraimense que se dedica à sétima arte.
Preocupado com a violência que assusta a periferia de Boa Vista, Frank Alves, o MC Frank da Gangue do Rap, disse que é preciso pensar no futuro para construir uma realidade melhor. Ele e seu parceiro musical, Tiago, usam as letras de rap para denunciar o caos social existente nos bairros mais carentes.
Convidados a participar do Circuito 13, Tiago e Frank deixaram a sua mensagem e disseram ter sido um momento muito feliz poder se integrar na festa de aniversário do bairro.
Para realizar o evento, o Coletivo Arteliteratura Caimbé e a banda Iekuana contaram com o apoio da Folha de Boa Vista, Rádio Monte Roraima FM, Prefeitura de Boa Vista/Fetec, da Assembléia Legislativa e da Codesaima.
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